Factoring é uma boa alternativa ao crédito bancário

Diante do quadro de altas taxas de juros e restrição à concessão de crédito, os empresários vêm buscando opções na hora de obter recursos nos momentos mais delicados. Entre as alternativas à disposição está o fomento comercial, mas conhecido como factoring. O presidente do Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo (SINFAC-SP), Hamilton de Brito Júnior, comenta que, ao contrário dos bancos, o fomento comercial não pratica empréstimos, portanto não existe a incidência de juros na operação. “Também não se pede reciprocidade e garantias adicionais ao cliente”.
A remuneração é realizada por meio do “fator de deságio” ou “fator de compra”, que é um percentual sobre o valor de face dos direitos creditórios, levando em consideração a oportunidade do negócio, o prazo médio e o perfil do sacado-devedor do título e sua praça de pagamento, entre outros aspectos, inclusive a tributação incidente na operação. Em comparação aos encargos com as operações bancárias, é possível observar que exigências são mais onerosas para o cliente, se for considerada a reciprocidade. ”
Esse fator na média em São Paulo está em torno de 3,8% ao mês”, revela. Brito lembra ainda que, na prática, devido à crise e aumento da inadimplência, os bancos restringiram muito a oferta de crédito.
Para os empresários interessados nas possibilidades oferecidas pelo factoring, o importante é ficar de olho no “fator de deságio”, que representa o referencial de preço da compra dos créditos, sendo, portanto, um indicativo sinalizador para o mercado. “Ele é calculado de acordo com a conjuntura econômica do país, somada ao custo da operação propriamente dita – oportunidade do capital próprio, custos fixos e variáveis, impostos operacionais, despesas de cobrança e expectativa de risco/lucro”, explica. Segundo Brito, trata-se de um mercado altamente competitivo, não oligopolizado como os bancos, e, dessa maneira, a melhor forma de obter o melhor fator é procurar o mais barato, a exemplo de qualquer outro produto. Ele lembra ainda a relevância de manter um relacionamento mais estreito com a empresa de factoring para a obtenção de um melhor fator de deságio. “O bom histórico de liquidez vai ajudar a reduzir o fator, pois como em qualquer outra atividade ninguém quer perder um bom cliente”.
O processo para a obtenção dos recursos se mostra bastante simples. É necessário fazer um cadastro e anexar a documentação da empresa e sócios, bem como assinar um contrato de fomento. Após essa fase inicial, são feitos aditivos de contrato para cada compra de recebíveis. Para manter toda a segurança no processo, Brito recomenda que o interessado procure factorings associadas a alguma entidade do setor, como o Sinfac-SP, a Anfac ou o respectivo sindicato em cada estado. “Busque informações na Receita Federal sobre o CNPJ, se a factoring está ativa”, aconselha. Sobre os problemas mais comuns no relacionamento com as factorings, ele lembra que os casos mais complicados envolvem títulos que apresentam vício de origem, como: devolução de mercadorias; não aceitação do serviço ou não conformidade com a expectativa do consumidor.
Dados do Sinfac-SP mostram que o setor de factoring possui atualmente 2.341 empresas atuando no Estado de São Paulo, sendo 2.158 factorings e 183 securitizadoras de crédito. A atividade se mostra muito mais próxima dos micro e pequenos empresários, geralmente deixados em segundo plano por bancos e demais instituições financeiras. “Seu foco está na compra de ativos financeiros provenientes de vendas mercantis, somada à prestação de serviços”, destaca. E complementa “É um mecanismo de capitalização da empresa fomentada, que vende para a factoring seus créditos, gerados pelas vendas e serviços a prazo e obtém dinheiro vivo, o que aumenta seu poder de negociação nas compras à vista de matéria-prima”. Para finalizar, Brito argumenta que no caso específico do varejo, o factoring pode oxigenar o caixa das empresas com capital de giro para a compra de mercadorias e pagamento de tributos e de colaboradores.
Para mais detalhes visite: http://www.sinfac-sp.